ocumentário independente realizado em 2015 por Fabricio Gimenes e Rafaella Biasi. O documentário traz histórias reais de pessoas que passaram pela difícil experiência da perda gestacional e neonatal e pontos de vistas profissionais sobre este processo.
Direitos de dar à luz
“Para mudar o mundo, primeiro é preciso mudar a forma de nascer” Michel Odent
quarta-feira, 17 de janeiro de 2018
sexta-feira, 16 de maio de 2014
Maternidades do SUS passam a ter novas regras para parto humanizado
Data de Cadastro: 13/05/2014 as 17:05:01
Portaria estabelece que ao nascer, o bebê seja colocado em contato imediato com a mãe, favorecendo a primeira mamada. Estudos comprovam que as medidas beneficiam a saúde da criança e da mulher, diminuindo os riscos de morte e anemia
O contato aquecido pele-a-pele com a mãe e o estimulo a amamentação na primeira hora de vida são recomendações que o Ministério da Saúde oficializou em portaria publicada em maio para assegurar o direito ao parto humanizado em toda a rede pública de saúde. Além deste contato entre mãe e filho, está previsto também o clampeamento do cordão umbilical somente após o mesmo parar de pulsar. As medidas passam a valer para todas as unidades do Sistema Único de Saúde.
As diretrizes fazem parte da organização da atenção integral e humanizada ao recém-nascido no Sistema Único de Saúde (SUS) e oficializam recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do próprio Ministério. O bebê saudável, com o ritmo respiratório normal, deve ser colocado sobre o abdômen ou tórax da mãe, em contato direto pele-a-pele, de acordo com sua vontade, em ambiente aquecido, afirma a portaria. Além disso, a nova regra também prevê a amamentação ainda na primeira hora de vida da criança.
“Nós precisamos estimular que essa primeira mamada aconteça na primeira hora de vida. Além de fornecer o primeiro aporte calórico para a vida do bebê, essa prática também acelera a descida do leite materno, aumentando a chance de sucesso no aleitamento e diminui a chance de hemorragia uterina”, explica o ministro da Saúde, Arthur Chioro.
Conforme a portaria, os procedimentos de rotina adotados após o nascimento do bebe, como exame físico, pesagem e outras medidas antropométricas, profilaxia da oftalmia neonatal devem ser realizados somente após esses primeiros cuidados, importante mudança na lógica de atendimento ao bebê.
O coordenador da Saúde da Criança do Ministério da Saúde, Paulo Bonilha, esclarece que os benefícios dessas medidas afetam não só o aspecto psicológico, como reduzem os riscos de anemia e desnutrição.
“Para o bebe que nasceu chorando, vigoroso, sem nenhum tipo de complicação, o papel principal dos profissionais de saúde é proteger este momento sensível de apresentação da mãe a seu bebe e vice-versa. Isso vai ter repercussões para toda a vida”, explica Bonilha.
Para os recém-nascidos com respiração ausente ou irregular, tônus diminuído e/ou com líquido meconial, a portaria estabelece que o atendimento deverá seguir o fluxograma do Programa de Reanimação da Sociedade Brasileira de Pediatria, de 2011. A unidade de saúde deverá contar obrigatoriamente com profissional médico ou de enfermagem treinado em reanimação neonatal de acordo com orientação da Coordenação Geral de Saúde da Criança e Aleitamento Materno (CGSCAM) do Ministério da Saúde.
O Ministério da Saúde já há vários anos financia capacitações de profissionais médicos e de enfermagem em todos os estados, através do Programa de Reanimação Neonatal da Sociedade Brasileira de Pediatria. Em 2014-2015 serão investidos R$ 2,1 milhões para fortalecer ainda mais este processo em todo o país.
A redação desta portaria envolveu múltiplos setores do Ministério, neonatologistas ligados ao Programa de Reanimação Neonatal da Sociedade Brasileira de Pediatria e gestores da Saúde da Criança das Secretarias Estaduais e Secretarias Municipais de Saúde de todas as capitais do país.
A portaria contribuirá para a redução da mortalidade neonatal, um dos principais objetivos da Rede Cegonha.
REDE CEGONHA – Criada em 2011, a Rede Cegonha tem como uma das principais metas incentivar o parto normal humanizado e intensificar a assistência integral à saúde de mulheres e crianças, desde o planejamento reprodutivo, passando pela confirmação da gravidez, pré-natal, parto, pós-parto, até o segundo ano de vida do filho. Atualmente, a estratégia Rede Cegonha está presente em mais de 5 mil municípios de todos os estados do país, e atende a 2,6 milhões de gestantes. Desde o lançamento da Rede, já foram investidos mais de R$ 3,3 bilhões para o desenvolvimento de ações em todo o país.
Atenção Pré-Natal - A Rede Cegonha se propõe ainda a organizar o cuidado às gestantes por meio de uma rede qualificada de atenção obstétrica e neonatal. Com um pré-natal de qualidade, como preconiza a estratégia é possível reduzir as taxas de prematuridade. O objetivo é garantir acolhimento e captação precoce da gestante, além de ampliar o acesso aos serviços de saúde e melhorar a qualidade do pré-natal. O diagnóstico rápido permite à mulher iniciar o pré-natal assim que a gravidez for confirmada.
Em 2012, foram realizadas 18,2 milhões de consultas pré-natais pelo SUS, e mais de 1,6 milhão de mulheres fizeram, no mínimo, sete consultas.
Entre as ações previstas durante o pré-natal, estão os exames de pré-natal de risco habitual e de alto risco; acolhimento às intercorrências na gestação; acesso ao pré-natal de alto risco; acesso rápido aos resultados; vinculação da gestante (desde o pré-natal) ao local em que será realizado o parto; implementação de ações relacionadas à saúde sexual e reprodutiva; além de prevenção e tratamento das DST/HIV/Aids e Hepatites.
Por Maurício Angelo, da Agência Saúde. Atendimento à Imprensa (61) 3315-3580 e 3315-2452
sexta-feira, 11 de abril de 2014
We Are All Adelir
AÇÕES INTERNACIONAIS
Página
Ações acontecerão no dia 11 de abril de 2014 em frente às embaixadas brasileiras de diversos países, em apoio à mobilização nacional contra a violação dos direitos humanos representada pela cesárea forçada de Adelir Góes.
Confira o blog We are all Adelir e a página do FacebookWorld Protest Against Forced Cesareans para informações em inglês e espanhol sobre os eventos internacionais.
Até o momento, estão confirmadas ações para as cidades de Londres (Inglaterra), Madri (Espanha), Barcelona (Espanha), Santiago (Chile), Doha (Qatar), Bogotá (Colômbia), Dublin (Irlanda), Bruxelas (Bélgica), Zurique (Suíça), Nova Iorque (EUA) e Budapest (Hungria).
Actions will be held on the 11th of April at the Brazilian embassies in several countries, to support the national campaign against the human rights violation represented by Adelir Goés forced c-section.
Check the We are all Adelir blog and the World Protest Against Forced Cesareans Facebook page for information in English and Spanish about the international events.
So far, actions are confirmed for London (England), Madrid (Spain), Barcelona (Spain), Santiago (Chile), Doha (Qatar), Bogotá (Colombia), Dublin (Ireland), Brussels (Belgium), Zürich (Switzerland), New York (EUA), and Budapest (Hungary).
Ato Nacional contra a Violência Obstétrica
AGENDA DO ATO NACIONAL
Página
** Estaremos em 32 cidades até o momento! Página atualizada constantemente! **
Belém
Quando? Sexta, 11 de abril às 17:00 e Domingo, 13 de abril às 9:00
Onde? Sexta: Em frente ao Ministério Público do Estado do Pará - Rua João Diogo, 100 – Bairro Campina, Belém/PA | Domingo: Praça da República, Belém/PA
Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/1411043305829003
Belo Horizonte
Quando? Sexta, 11 de abril às 14:00
Onde? Em frente ao Ministério Público do Estado de Minas Gerais – Avenida Álvares Cabral, 1690 – Lourdes, Belo Horizonte/MG (na sequência, na Praça da Assembleia Legislativa)
Evento no Facebook:https://www.facebook.com/events/225517814311575
Brasília
Quando? Sexta, 11 de abril às 16:00
Onde? Em frente ao Ministério Público do Distrito Federal - Eixo Monumental, Praça do Buriti, Lote 2 – Brasília/DF
Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/241653386021599
Cacoal
Quando? Sexta, 11 de abril às 17:30
Onde? Avenida Porto Velho, esquina com Rua São Luís - Centro, Cacoal/RO
Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/1405847579687200
Campo Grande
Quando? Sexta, 11 de abril às 12:00
Onde? Ministério Público Federal – Avenida Afonso Pena, 4.444, Campo Grande/MS
Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/691212320924751
Campos dos Goytacazes
Quando? Sexta, 11 de abril às 15:00
Onde? Praça São Salvador – Campos dos Goytacazes/RJ
Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/598025040288580
Cuiabá
Quando? Sexta, 11 de abril às 16:00
Onde? Praça Alencastro – Centro, Cuiabá/MT
Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/693048084069905
Curitiba
Quando? Sexta, 11 de abril às 14:00
Onde? Praça Santos Andrade, em frente à UFPR - Centro, Curitiba/PR
Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/622550244496828
Florianópolis
Quando? Sexta, 11 de abril às 15:00
Onde? Em frente ao Ministério Público do Estado de Santa Catarina – Rua Bocaiúva, 1750 - Centro, Florianópolis/SC
Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/1396124880664953
Fortaleza
Quando? Sexta, 11 de abril às 16:00
Onde? Aterro da Praia de Iracema - Fortaleza/CE
Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/757318170946991
Goiânia
Quando? Sexta, 11 de abril às 15:00
Onde? Em frente ao Ministério Público do Estado de Goiás - Rua 23, esquina com a Avenida Fued José Sebba, Qd. A 06, Lts 15/24 – Jardim Goiás, Goiânia/GO
Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/645708322145772
Ilhéus
Quando? Sexta, 11 de abril às 15:00
Onde? Hospital São José / Maternidade Santa Helena – Ladeira da Vitória, 113 Centro – Ilhéus/BA
Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/283581261810908/
João Monlevade
Quando? Sábado, 12 de abril às 9:00
Onde? Praça Sete de Setembro (coreto), Centro – João Molevade/MG
Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/243540329163252/
João Pessoa
Quando? Sábado, 12 de abril às 15:30
Onde? Busto de Tamandare, Cabo Branco - João Pessoa/PB
Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/667371833328791/
Joinville
Quando? Sexta, 11 de abril às 18:00
Onde? Em frente ao Fórum da Comarca de Joinville - Rua Hermann August Lepper, 980 – Centro, Joinville/SC
Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/640278606027317
Juiz de Fora
Quando? Sábado, 12 de abril às 09:00
Onde? Em frente à Câmara Municipal de Juiz de Fora - Rua Halfeld, 955 – Juiz de Fora/MG
Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/396491150494119/
Maceió
Quando? Sexta, 11 de abril às 17:00
Onde? Praça 7 Coqueiros – Pajuçara, Maceió/AL
Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/285776184914084
Mossoró
Quando? Sexta, 11 de abril às 16:00
Onde? Praça dos Hospitais – Mossoró/RN
Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/1438569609722825
Natal
Quando? Quinta, 10 de abril às 8:00 e Sexta, 11 de abril às 9:00
Onde? Quinta no Centro de Convivência da UFRN (panfletagem e exposição do projeto 1:4) e Sexta na Avenida Rio Branco (em frente ao Banco do Brasil) – Centro, Natal/RN
Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/705620979488666/
Piracicaba
Quando? Sábado, 12 de abril às 10:00
Onde? Praça José Bonifácio – Piracicaba/SP
Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/729007750472381/
Porto Alegre
Quando? Sexta, 11 de abril às 13:00
Onde? Em frente ao Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul - Rua Santana 440 – Bairro Santana, Porto Alegre/RS
Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/678164855576524
Recife
Quando? Sexta, 11 de abril às 14:00
Onde? A partir das 14:00 no Marco Zero | a partir das 17:00, em frente ao Ministério Público Estadual de Pernambuco - Rua Imperador Dom Pedro II, 473 – Bairro Santo Antônio, Recife/PE
Evento no Facebook:https://www.facebook.com/events/1397897477153238
Ribeirão Preto
Quando? Sexta, 11 de abril às 15:00
Onde? Memorial da Classe Operária - UGT - Rua José Bonifácio, 59 – Centro, Ribeirão Preto/SP
Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/771327379543939
Rio de Janeiro
Quando? Sexta, 11 de abril às 13:00
Onde? Em frente ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro – Avenida Marechal Câmara, 370 – Centro, Rio de Janeiro/RJ
Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/1434530566793459
Salvador
Quando? Sexta, 11 de abril às 15:00
Onde? Em frente ao Ministério Público do Estado da Bahia – Avenida Joana Angélica, 1312 - Nazaré, Salvador/BA
Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/260036897502389
São Carlos
Quando? Sábado, 12 de abril às 9:00
Onde? Praça do Mercado Municipal – São Carlos/SP
Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/1391949424360968
São José dos Campos
Quando? Sexta, 11 de abril às 18:30
Onde? Parque Vicentina Aranha, São José dos Campos/SP
Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/656509277736400/
São José do Rio Preto
Quando? Sexta, 11 de abril às 12:30
Onde? Praça Rui Barbosa - Centro, São José do Rio Preto/SP
Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/1384025815210585
São Paulo
Quando? Sexta, 11 de abril às 13:00
Onde? Em frente à Faculdade de Direito do Largo São Francisco – Largo São Francisco, 133 – Centro, São Paulo/SP
Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/304993139652198
Ubatuba
Quando? Sexta, 11 de abril às 13:00
Onde? No Calçadão Central em frente ao Banco do Brasil - Centro, Ubatuba/SP
Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/1421801371405836
Uberlândia
Quando? Sexta, 11 de abril às 13:00
Onde? Praça Oswaldo Cruz, em frente ao Fórum de Uberlândia, esquina entre Av. Afonso Pena e Rua Coronel Antônio Alves – Bairro Centro, Uberlândia MG
Evento no Facebook:https://www.facebook.com/events/497102973724534
Vitória
Quando? Sexta, 11 de abril às 13:00
Onde? Em frente ao Ministério Público do Estado do Espírito Santo - Rua Procurador Antônio Benedicto Amancio Pereira, 350 - Bairro Santa Helena, Vitória/ES
Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/723580927663815
quarta-feira, 9 de abril de 2014
Saiba se você foi vítima de violência obstétrica
Postado por nós em : 09.04.14
Mulheres são diariamente vítimas da chamada violência obstétrica em consultórios e hospitais das redes pública e privada de saúde. Muitas parturientes não sabem dos seus direitos no pré-natal, na hora do parto e no pós-parto e constantemente sofrem com agressões físicas ou emocionais por parte dos profissionais de saúde.
É considerada violência obstétrica desde a enfermeira que pede para a mulher não gritar na hora do parto normal até o médico que faz uma episiotomia indiscriminada – o corte entre o ânus e a vagina para facilitar a saída do bebê . Apesar de a OMS (Organização Mundial da Saúde) determinar critérios e cautela para a adoção do procedimento, médicos fazem a prática de maneira rotineira. A obstetriz Ana Cristina Duarte, do Gama (Grupo de Maternidade Ativa), estima que entre 80% a 90% das brasileiras são cortadas durante o parto normal. “Sabemos que há evidências de que não é necessário mais cortar as mulheres. As mulheres são cortadas sem o consentimento delas e isso é uma violência obstétrica”, comenta.
De acordo com a pesquisa “Mulheres brasileiras e gênero nos espaços público e privado”, divulgada em 2010 pela Fundação Perseu Abramo, uma em cada quatro mulheres sofre algum tipo de violência durante o parto. Por conta do grande número de denúncias que tem recebido, o Ministério Público Federal decidiu instaurar nesta semana um inquérito civil público para apurar esses casos.
Segundo o MPF, algumas denúncias “demonstram o desrespeito” a essas mulheres. Para Ana Cristina, o número da pesquisa está subestimado pois muitas mulheres ainda não entendem que foram vítimas desse tipo de violência. Ela diz que os efeitos da violência obstétrica são sérios e podem causar depressão, dificuldade para cuidar do recém-nascido e também problemas na sexualidade desta mulher. Os tipos mais comuns de violência, segundo o estudo, são gritos, procedimentos dolorosos sem consentimento ou informação, falta de analgesia e até negligência.
A Defensoria Pública de São Paulo também tem intensificado as ações para orientar as mulheres e sobre a importância de denunciar os casos para a Justiça, a ouvidoria dos hospitais e os conselhos de classe, como o CRM (Conselho Regional de Medicina).
A free-lancer Marina de Oliveira Kater Calabró, 36, conta que sofreu episiotomia no parto dos três filhos e que teve dificuldades na recuperação dos pontos, principalmente, no parto do caçula, ocorrido no ano passado em um hospital particular de São Paulo. “Na primeira gravidez eu realmente não sabia que não era necessário. No terceiro parto, minha recuperação da episiotomia foi horrível, sofri pacas, demorou muito até eu conseguir andar direito”, lamenta Marina, que fez todos os partos com a mesma médica.
Outros exemplos de violência obstétrica são a infusão intravenosa para acelerar o trabalho de parto (ocitocina sintética), a pressão sobre a barriga da parturiente para empurrar o bebê (manobra de Kristeller), o uso rotineiro de lavagem intestinal, retirada dos pelos pubianos (tricotomia) e exame de toque frequente para verificar a dilatação. São comuns também os relatos de humilhações praticados por parte dos profissionais de saúde que dizem frases como “se você não parar de gritar, eu não vou mais te atender”, “na hora de fazer não gritou” e outras do gênero.
Também é considerada violência obstétrica agendar uma cesárea sem a real necessidade, recusar dar bebida ou comida para uma mulher durante o trabalho de parto ou impedir procedimentos simples, como massagens para aliviar a dor e a presença de um acompanhante na hora do parto, que pode ser o marido ou qualquer pessoa da escolha da parturiente.
Segundo os relatos do MPF, muitas mães são amarradas e obrigadas a ficar deitadas durante o trabalho de parto quando é comprovado cientificamente que, para minimizar os incômodos das contrações, a mulher deve se movimentar e ficar na posição que se sente mais confortável para parir. Mães que são impedidas de ter contato com o bebê e amamentá-lo logo após o parto também podem denunciar os profissionais de saúde.
Além de fiscalizar as entidades de saúde que estão desrespeitando os direitos reprodutivos e sexuais das mulheres, o MPF pretende divulgar a ocorrência das práticas indevidas durante o trabalho de parto, bem como os direitos das parturientes. As procuradoras da República Luciana da Costa Pinto e Ana Previtalli, responsáveis pela instauração do inquérito civil público, defendem que as mulheres precisam ser informadas para que possam cobrar dos profissionais que as atendem a assistência digna e baseada em evidências científicas já estabelecida pela OMS. Os casos podem ser denunciados no site do Ministério Público Federal.
AÇÕES NA JUSTIÇA
A advogada Priscila Cavalcanti conta que entrou com várias ações na justiça por conta dos maus-tratos sofridos por suas clientes. Além de processar o hospital e o profissional de saúde envolvido, em alguns casos o plano de saúde também é incluído na ação. “Usamos o respaldo de que o médico consta da rede credenciada e deveria ser melhor qualificado ou estar mais a par das evidências”, comenta. A advogada, que se especializou nesse tipo de ações, aconselha as mulheres a tentar reverter o quadro no momento, quando isso é possível.
“Toda mulher tem direito a um acompanhante da sua escolha na hora do parto, então, ela deve se informar de seus direitos para exigir na hora do parto”, comenta. Ela ainda aconselha as pacientes a prestar atenção nos nomes de quem está praticando a violência obstétrica e, após a alta, pedir o prontuário da mulher e do bebê. “Depois, o ideal é escrever o relato do que aconteceu, com riqueza de detalhes, e procurar um advogado de confiança, para que possam ser tomadas as medidas legais cabíveis”, orienta.
A cidade de Diadema, na Grande SP, foi pioneira ao criar, no ano passado, uma lei contra a violência obstétrica na rede municipal de saúde.
RELATOS
Apesar do termo violência obstétrica ser relativamente novo, além de denunciar, muitas mães têm trocado experiências e divulgado os casos nas redes sociais para que outras mulheres não passem pelo mesmo sofrimento. Desde março do ano passado, a fotógrafa Carla Raiter, 31, coleta histórias e registra imagens de mulheres que foram vítimas na hora do parto. Com o projeto “1:4 Retratos da Violência Obstétrica”, ela mostra de forma anônima o sofrimento dessas mulheres.
Ao receber o relato, ela faz uma tatuagem temporária que é aplicada na pele da mulher que será fotografada. Confira nas imagens a seguir o que passaram algumas mulheres no momento que deveria ser o mais feliz de suas vidas. E você, já foi vítima de violência obstétrica?
Violência obstétrica
Créditos:
http://maternar.blogfolha.uol.com.br/2014/03/12/mulheres-denunciam-violencia-obstetrica-saiba-se-voce-foi-vitima
Mulheres denunciam violência obstétrica; saiba se você foi vítima
POR GIOVANNA BALOGH 12/03/14 10:28
Mulheres são diariamente vítimas da chamada violência obstétrica em consultórios e hospitais das redes pública e privada de saúde. Muitas parturientes não sabem dos seus direitos no pré-natal, na hora do parto e no pós-parto e constantemente sofrem com agressões físicas ou emocionais por parte dos profissionais de saúde.
É considerada violência obstétrica desde a enfermeira que pede para a mulher não gritar na hora do parto normal até o médico que faz uma episiotomia indiscriminada – o corte entre o ânus e a vagina para facilitar a saída do bebê . Apesar de a OMS (Organização Mundial da Saúde) determinar critérios e cautela para a adoção do procedimento, médicos fazem a prática de maneira rotineira. A obstetriz Ana Cristina Duarte, do Gama (Grupo de Maternidade Ativa), estima que entre 80% a 90% das brasileiras são cortadas durante o parto normal. “Sabemos que há evidências de que não é necessário mais cortar as mulheres. As mulheres são cortadas sem o consentimento delas e isso é uma violência obstétrica”, comenta.
De acordo com a pesquisa “Mulheres brasileiras e gênero nos espaços público e privado”, divulgada em 2010 pela Fundação Perseu Abramo, uma em cada quatro mulheres sofre algum tipo de violência durante o parto. Por conta do grande número de denúncias que tem recebido, o Ministério Público Federal decidiu instaurar nesta semana um inquérito civil público para apurar esses casos.
Segundo o MPF, algumas denúncias “demonstram o desrespeito” a essas mulheres. Para Ana Cristina, o número da pesquisa está subestimado pois muitas mulheres ainda não entendem que foram vítimas desse tipo de violência. Ela diz que os efeitos da violência obstétrica são sérios e podem causar depressão, dificuldade para cuidar do recém-nascido e também problemas na sexualidade desta mulher. Os tipos mais comuns de violência, segundo o estudo, são gritos, procedimentos dolorosos sem consentimento ou informação, falta de analgesia e até negligência.
A Defensoria Pública de São Paulo também tem intensificado as ações para orientar as mulheres e sobre a importância de denunciar os casos para a Justiça, a ouvidoria dos hospitais e os conselhos de classe, como o CRM (Conselho Regional de Medicina).
A free-lancer Marina de Oliveira Kater Calabró, 36, conta que sofreu episiotomia no parto dos três filhos e que teve dificuldades na recuperação dos pontos, principalmente, no parto do caçula, ocorrido no ano passado em um hospital particular de São Paulo. “Na primeira gravidez eu realmente não sabia que não era necessário. No terceiro parto, minha recuperação da episiotomia foi horrível, sofri pacas, demorou muito até eu conseguir andar direito”, lamenta Marina, que fez todos os partos com a mesma médica.
Outros exemplos de violência obstétrica são a infusão intravenosa para acelerar o trabalho de parto (ocitocina sintética), a pressão sobre a barriga da parturiente para empurrar o bebê (manobra de Kristeller), o uso rotineiro de lavagem intestinal, retirada dos pelos pubianos (tricotomia) e exame de toque frequente para verificar a dilatação. São comuns também os relatos de humilhações praticados por parte dos profissionais de saúde que dizem frases como “se você não parar de gritar, eu não vou mais te atender”, “na hora de fazer não gritou” e outras do gênero.
Também é considerada violência obstétrica agendar uma cesárea sem a real necessidade, recusar dar bebida ou comida para uma mulher durante o trabalho de parto ou impedir procedimentos simples, como massagens para aliviar a dor e a presença de um acompanhante na hora do parto, que pode ser o marido ou qualquer pessoa da escolha da parturiente.
Segundo os relatos do MPF, muitas mães são amarradas e obrigadas a ficar deitadas durante o trabalho de parto quando é comprovado cientificamente que, para minimizar os incômodos das contrações, a mulher deve se movimentar e ficar na posição que se sente mais confortável para parir. Mães que são impedidas de ter contato com o bebê e amamentá-lo logo após o parto também podem denunciar os profissionais de saúde.
Além de fiscalizar as entidades de saúde que estão desrespeitando os direitos reprodutivos e sexuais das mulheres, o MPF pretende divulgar a ocorrência das práticas indevidas durante o trabalho de parto, bem como os direitos das parturientes. As procuradoras da República Luciana da Costa Pinto e Ana Previtalli, responsáveis pela instauração do inquérito civil público, defendem que as mulheres precisam ser informadas para que possam cobrar dos profissionais que as atendem a assistência digna e baseada em evidências científicas já estabelecida pela OMS. Os casos podem ser denunciados no site do Ministério Público Federal.
AÇÕES NA JUSTIÇA
A advogada Priscila Cavalcanti conta que entrou com várias ações na justiça por conta dos maus-tratos sofridos por suas clientes. Além de processar o hospital e o profissional de saúde envolvido, em alguns casos o plano de saúde também é incluído na ação. “Usamos o respaldo de que o médico consta da rede credenciada e deveria ser melhor qualificado ou estar mais a par das evidências”, comenta. A advogada, que se especializou nesse tipo de ações, aconselha as mulheres a tentar reverter o quadro no momento, quando isso é possível.
“Toda mulher tem direito a um acompanhante da sua escolha na hora do parto, então, ela deve se informar de seus direitos para exigir na hora do parto”, comenta. Ela ainda aconselha as pacientes a prestar atenção nos nomes de quem está praticando a violência obstétrica e, após a alta, pedir o prontuário da mulher e do bebê. “Depois, o ideal é escrever o relato do que aconteceu, com riqueza de detalhes, e procurar um advogado de confiança, para que possam ser tomadas as medidas legais cabíveis”, orienta.
A cidade de Diadema, na Grande SP, foi pioneira ao criar, no ano passado, uma lei contra a violência obstétrica na rede municipal de saúde.
RELATOS
Apesar do termo violência obstétrica ser relativamente novo, além de denunciar, muitas mães têm trocado experiências e divulgado os casos nas redes sociais para que outras mulheres não passem pelo mesmo sofrimento. Desde março do ano passado, a fotógrafa Carla Raiter, 31, coleta histórias e registra imagens de mulheres que foram vítimas na hora do parto. Com o projeto “1:4 Retratos da Violência Obstétrica”, ela mostra de forma anônima o sofrimento dessas mulheres.
Ao receber o relato, ela faz uma tatuagem temporária que é aplicada na pele da mulher que será fotografada. Confira nas imagens a seguir o que passaram algumas mulheres no momento que deveria ser o mais feliz de suas vidas. E você, já foi vítima de violência obstétrica?
Violência obstétrica
Créditos:
http://maternar.blogfolha.uol.com.br/2014/03/12/mulheres-denunciam-violencia-obstetrica-saiba-se-voce-foi-vitima
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